Blog – Núcleo Interdisciplinar para o Desenvolvimento Social

Apresentação

O programa PAPESCA nasce em 2004 a partir do envolvimento de professores e pesquisadores com demandas sociais, apresentadas por pescadores artesanais do município de Macaé/RJ, de transformação da realidade em que vivem. Historicamente negligenciados pelo poder público ou sujeitos a políticas públicas insuficientes para lidar com suas mazelas sociais e ambientais, os pescadores artesanais e sua cosmovisão são partes integrantes das reflexões e ações desenvolvidas pelo Programa.

Objetivos

1) Contribuir para a sustentabilidade das cadeias produtivas da pesca artesanal e aquicultura familiar nos territórios de atuação.

2) Contribuir para a gestão compartilhada dos bens comuns presentes nas cadeias produtivas da pesca artesanal e da aquicultura familiar.

3) Fomentar a formação de capacidades sociotécnicas para desenvolvimento social e solidário, no meio acadêmico e na sociedade.

4) Produzir e aperfeiçoar o referencial teórico-metodológico com ênfase em abordagens participativas e de intervenção social.

5) Desenvolver projetos com características que favoreçam a abordagem tríplice de ensino-pesquisa-extensão.

6) Promover a biodiversidade e a sociodiversidade como garantia da continuidade dos sistemas socioecológicos, envolvendo especialmente as comunidades de pescadores tradicionais.

7) Elaborar dialogicamente projetos de desenvolvimento local através da mobilização comunitária em territórios de populações tradicionais, com foco na economia social e solidária.

Metodologia

Como estratégia metodológica o PAPESCA navega através de métodos das pesquisas sociais, primando sempre pela dialogicidade e participação. Deste modo, busca-se que a pesquisa não se restrinja apenas a investigação do conhecimento ou que a educação seja depositária de valores que pressuponham a superioridade de um tipo de saber sobre outro. Pelo contrário, o PAPESCA busca, através da cooperação de saberes, identificar problemas e possíveis soluções que impactam a condição de vida dos pescadores artesanais, valorizando as potencialidades culturais, econômicas e sustentáveis de cada território. Deste modo a Pesquisa-Ação é priorizada como método de pesquisa e intervenção social sendo subsidiada por outros métodos científicos.

Integração ensino-pesquisa-extensão

O Programa PAPESCA acredita que para a Universidade pública brasileira cumprir sua função social é necessário que a mesma saia dos seus muros e busque a inserção na sociedade através da troca de experiências, resultantes da ação educadora e integradora da Universidade com a sociedade. Espera-se, portanto, a promoção da extensão que articule ensino e pesquisa num processo educativo de forma indissociável.

As disciplinas ministradas pelo PAPESCA ou em parceria com o programa sempre pressupõem a realização de trabalhos de campo em projetos de extensão da UFRJ. O conhecimento desses projetos e a realidade social são trazidos para dentro da sala de aula pela própria comunidade. Além disso, o PAPESCA tem sido pioneira na implantação de disciplinas de extensão, dentre as quais podemos citar as seguintes:

1) Gestão de Projetos Solidários (GPS). Na disciplina são realizados estudos de caso sobre projetos de extensão da UFRJ, ou situações problema apresentados por comunidades. Oferecida pela Poli/UFRJ, código EEWX02. Mais informações em: http://gestaodeprojetossolidarios.blogspot.com.br/

2) Projetos de Extensão em Engenharia – PAPESCA. Nesta disciplina estuda-se as bases teóricas e reflete-se sobre as atividades dos projetos desenvolvidos no programa PAPESCA, articulando teoria e prática. Oferecida pela Poli/UFRJ, código EEWX02.

3) Gestão Compartilhada de Recursos Naturais. Oferecida no mestrado do NIDES, código NID707. Mais informações: http://nides.ufrj.br/images/Documentos/PROPOSTAEMENTAGESTAOCOMPARTILHADARECURSOSNATURAISSL11_07.pdf

Publicações:

PAPESCA Em Ação I

PAPESCA Em Ação II

Mais informações no nosso blog: http://papescalitoralfluminense.blogspot.com.br/

TIC-DeMoS: Tecnologias da Informação e Comunicação, Democracia e Movimentos Sociais

Apresentação

Foto1
O projeto TICDEMOS atualmente está desenvolvendo um sistema de comercialização de cestas agroecológicas. Em 2020 foi realizada uma chamada pública (www.cestaagroecologica.com.br) na qual foram selecionadas 3 grupos para terem seus sites desenvolvidos. O primeiro foi o Grupo para Consumo Agroecológico – GRUCA (https://paneiro.cestaagroecologica.com.br), localizado em Belém / Pará. O segundo grupo foi a Feira Interinstitucional – GRIEFA (https://feiraifesgo.cestaagroecologica.com.br/), localizada em Goiania / Goiás. Por fim, o terceiro grupo foi a Cesta Camponesa do Movimento dos Pequenos Agricultores do ES – MPA-ES (https://camponesa.cestaagroecologica.com.br/). Além disso, 38 cestas foram classificadas para receber hospedagem e dominio gratuito. Todas as cestas podem ser vistas no mapa abaixo.

Em 2021 o projeto foi selecionado no Prêmio da Fundação do Banco do Brasil de Tecnologia Sociais na categoria Inovação Digital e a tecnologia Sistema De Pedidos De Cestas Agroecológicas foi certificada. Além disso, através da emenda parlamentar Construção de Sistemas de Comercialização de Produtos da Reforma Agrária no estado do Rio de Janeiro estamos desenvolvendo e dando suporte aos sistemas para a cesta do Terra Crioula em Volta Redonda e Resende / RJ (https://terracrioula.mst.org.br/) e para a cesta do Armazem do Campo do Rio de Janeiro/RJ (https://rio.armazemdocampo.com.br/).

Histórico

PortalCDD A partir da dissertação de Alvear (2008) foi identificada a necessidade de se desenvolver um Portal Comunitário para auxiliar na integração das organizações sociais de base comunitária da Cidade de Deus (www.cidadededeus.org.br), iniciando-se assim o projeto TIC-DeMoS – Tecnologias da Informação e Comunicação, Democracia e Movimentos Sociais (inicialmente chamado de TIFS – Tecnologias da Informação para Fins Sociais). Como parte do projeto com o Portal Comunitário, realizou-se um curso de Comunicação Comunitária no fim de 2010, que desdobrou-se no projeto Comunicação Comunitária e Novas Tecnologias.

Posteriormente, o Fórum Brasileiro de Economia Solidária demandou ao Soltec/UFRJ ajuda no desenvolvimento do Cirandas (www.cirandas.net), a rede social e econômica do movimento social da Economia Solidária.

Ao longo do desenvolvimento desse Portal e do Cirandas, evidenciou-se a importância do desenvolvimento de novas metodologias de engenharia de software e de novos softwares que fossem adequados a essa realidade, gerando a tese de doutorado de Alvear (2014). O conhecimento construído nessa tese deu base para a criação da disciplina Software Livre e Metodologias Participativas no curso de Engenharia Eletrônica e de Computação e no curso Ciência da Computação.

Posteriormente, foram desenvolvidos dois sistemas de informação, o sistema de relatórios para controle social das empresas de ônibus do Rio de Janeiro (http://riob.us/relatorios) e o sistema de cadastro, acompanhamento e relatórios de violações de direitos humanos para a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ). [Apresentação em PDF sobre esses projetos] Por fim, desde o ano de 2016 o foco vem sendo a realização de oficinas e cursos sobre segurança da informação para movimentos sociais e ativistas: Curso 1 e Curso 2.

Por fim, iniciamos o desenvolvimento de um Sistema Integrado de Comercialização para Produtos da Agricultura Familiar, voltado para as feiras de comercialização de cestas agroecológicas e produtos da agricultura familiar. No dia 29 de abril de 2019, foi lançada a primeira plataforma (http://cesta.repos.net.br), voltada para a feira Terra Crioula (https://www.facebook.com/TerraCrioulaMST/). A partir do segundo semestre de 2019, iniciamos o desenvolvimento de novas ferramentas que estão permitindo expandir o sistema para dar suporte outras cestas agroecológicas no Brasil.

Fundamentação Teórica

SLMP O projeto trabalha principalmente a partir de uma ótica de um desenvolvimento participativo de tecnologias voltadas para ampliar a participação e a democracia em movimentos sociais e processos de desenvolvimento local. Para isso, trabalha com conceitos como Participatory Design (SCHULER & NAMIOKA, 1993; BJERKNES ET AL, 1987), Pesquisa-Ação (THIOLLENT, 1985), Tecnologias Sociais (DAGNINO, 2004), Software Livre (SILVEIRA, 2004; AGUIAR, 2009; DIBONA, 1999), Métodos Ágeis (HIGHSMITH et al, 2001), Estudos da Ciência, Tecnologia e Sociedade (LATOUR, 1999) e Teoria Crítica da Tecnologia (FEENBERG, 1991). Além disso, na busca pela construção de tecnologias que fortaleçam processos participativos, horizontais, cooperativos, solidários e anti-capitalistas, trabalha com conceitos de Participação (BORDENAVE, 1994), Cooperação (TUOMELA, 2000), Consenso (MOSCOVICI & DOISE, 1991), Gestão Participativa (FARIA, 2009) e Democracia (Representativa, Participativa, Direta e Virtual) (SANTOS, 2005), para isso utiliza também da dialogicidade (FREIRE, 1987).

Objetivos

CDDHC Objetivo geral: Desenvolver ferramentas e capacitação em Tecnologias da Informação que possam contribuir na melhoria ou ampliação dos trabalhos realizados por movimentos sociais e/ou organizações sociais e solidárias em favelas e comunidades pobres no Rio de Janeiro.

Objetivos específicos:
– Desenvolver sites e sistemas que permitam melhorar/ampliar a atuação de movimentos sociais, organizações sociais e órgãos públicos que tenham atuação junto a movimentos sociais;
– Capacitar essas organizações para que tenham mais facilidade no uso de novas tecnologias;
– Dar suporte a outros projetos do núcleo Soltec no desenvolvimento de ferramentas de Tecnologia da Informação que possam contribuir em melhorias sociais;
– Capacitar alunos da UFRJ em metodologias de levantamento de requisitos de projetos de engenharia que sejam participativos (pesquisa-ação/design participativo) e no desenvolvimento de Software Livres;

Publicações

ALVEAR, C. A. S., HORA, L. B. P. de, SILVA, F. D. de M., GRAÇA, P. J. M. T., FERREIRA, R. C. B., & AMORIM, G. de A. Integrated Marketing System for Family Farming Products. International Journal of Engineering, Social Justice, and Peace, 7(2), 68-89. 2020. https://doi.org/10.24908/ijesjp.v7i2.13685

ALVEAR, C. A. S.; BRAGA, P. ; SOUSA, A. C. G. . Software Livre e Metodologias Participativas? Desafios de uma disciplina na graduação e no mestrado. In: Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social, 2018, Alagoinhas, Bahia. Anais do XV Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social. Alagoinhas: UNEB, 2018.

BRAGA, P. H. C. Uma proposta de extensão inspirada na Pesquisa-Ação para atuar no combate à Vigilância Digital do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2017. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia) – Programa em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SANTOS, M. T. ; BARBOSA, A. N. ; ALVEAR, C. A. S. . O projeto de extensão Portal Comunitário da Cidade de Deus: Um balanço de seus cinco anos. In: Felipe Addor. (Org.). Extensão e políticas públicas: o agir integrado para o desenvolvimento social. 1ed.Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2015, v. , p. 311-328.

CARVALHO, L. L. ; SILVA, F. R. H. ; FERREIRA, R. S. ; BRAGA, P. ; TYGEL, A. ; ALVEAR, C. A. S. ; PRIMO, R. . Software Livre e Metodologias Participativas – ensino e extensão em uma disciplina da Engenharia. In: XII Encontro Nacional de Engenharia e Desenvolvimento Social – ENEDS, 2015, Salvador, BA. Anais do XII ENEDS. Salvador: UFBA, 2015.

riobus ALVEAR, C. A. DE S. Tecnologia e participação: sistemas de informação e a construção de propostas coletivas para movimentos sociais e processos de desenvolvimento local. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: Programa de Engenharia de Produção / COPPE / Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2014.

ALVEAR, C. A. S. ; THIOLLENT, M. . Participatory Development of Technologies as a Way to Increase Community Participation: the Cidade de Deus Web Portal Case. Journal of Community Informatics, v. 7, p. 1-19, 2011.

TYGEL, A. ; ALVEAR, C. A. S. . The development of an information system for the Solidarity Economy movement. Journal of Community Informatics, v. 7, p. 1-12, 2011.

ALVEAR, C. A. S. A formação de redes pelas organizações sociais de base comunitária para o desenvolvimento local: um estudo de caso da Cidade de Deus. Dissertação de Mestrado no Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ, 2008.

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Prêmios

2023 – Menção honrosa na 12a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ pelo trabalho “Plugin Sementes: construção de ferramentas de comercialização de produtos da reforma agrária no estado do Rio de Janeiro”, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2022 – Menção honrosa na 11a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ pelo trabalho SISTEMAS DE COMERCIALIZAÇÃO PARA CESTAS AGROECOLÓGICAS, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2021 – Selecionada entre as melhores tecnologias na área Inovação Digital e certificada como Tecnologia Social no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologias Sociais, como Sistema de Pedidos de Cestas Agroecológicas.

2019 – Menção honrosa na 10a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ pelo trabalho SISTEMA INTEGRADO DE COMERCIALIZAÇÃO PARA PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2017 – Menção honrosa na 8a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ pelo trabalho Tecnologias da informação para fins sociais – construção participativa de oficinas para estudar a vigilância digital sofrida por movimentos sociai, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2016 – Menção honrosa na 7a Semana de Integração Acadêmica da UFRJ pelo trabalho “Seminário de Sensibilização de Contra-vigilância e segurança da Informação para Movimentos Sociais”, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2013 – Trabalho premiado em 1o lugar na área temática Tecnologia e Produção no Congresso de Extensão da UFRJ – A experiencia do Drupal como ferramenta de construção de um Portal Comunitário., Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2012 – Menção Honrosa no Congresso de Extensão – Cidade de Deus 2.0 – Área temática: Tecnologia e Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2011 – Menção Honrosa no Congresso de Extensão – A Comunicação como Ferramenta para Democratização – Área temática: Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

2010 – Menção Honrosa no Congresso de Extensão – Desenvolvimento de Portais Comunitários: a Experiência na Cidade de Deus – Área: Tecnologia e Produção, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

TIC-DeMoS na mídia

Brasil de Fato. Projeto da UFRJ desenvolve e-commerce para cestas agroecológicas de pequenos agricultores. 17 de Fevereiro de 2022.

Radio UFRJ. Plataforma desenvolvida na UFRJ facilita compras de alimentos de pequenos produtores. 17 de março de 2022.

Ciclo Vivo. Projeto da UFRJ ajuda pequenos agricultores a venderem pela internet. 10 de março de 2022.

MPA. O site é resultado da aliança entre o MPA e a Rede Bem Viver. 29 de outubro de 2021.

Spotify. O avanço da agricultura familiar com tecnologias da informação. 31 de março de 2022..

Financiamento

Este projeto é financiado pela Emenda Parlamentar 41600012/2019, “Construção de Ferramentas de Comercialização de Produtos da Reforma Agrária no estado do Rio de Janeiro”, do deputado federal Marcelo Freixo; pelo edital “Projetos Especiais” do Parque Tecnológico da UFRJ (Projeto 23891); e pelo edital PROFAEX/PR5/UFRJ.